sábado, 18 de dezembro de 2010

pra dançar o jongo



Jongo é uma dança de origem afro-brasileira, do mesmo tronco do batuque, ambos ancestrais do samba e do pagode. O Jongo formou-se nas terras por onde andou o café. Surgiu na Baixada Fluminense, subiu a Mantiqueira. Entrou também pela Zona da Mata mineira. No estado montanhês o jongo é conhecido por "caxambu", aliás, denominação dada também ao instrumento fundamental dessa dança, o ataque grande, membranofônio, ora chamado tambu, ora angona, ora caxambu. Denominação essa só adstrita ao jongo porque ele tem muitos outros nomes pelo Brasil afora, em outras danças e cerimônias.

Em Taubaté, São Luís do Paraitinga, Pindamonhangaba e Cunha, encontram-se os últimos redutos de jongueiros do Vale Paulista, no momento, em fase de revivescência. Estruturado em roda, em torno de uma fogueira que ajuda a manter a afinação dos tambores, acontece hoje em praças públicas, da mesma forma que, outrora, acontecia nos terreiros. Com ela, os participantes homenageiam São Benedito e os antepassados negros.  

DANÇA

Na dança participam homens e mulheres alternados, sempre em redor dos instrumentos, sendo o tambu e o candogueiro colocados no solo. É uma dança de roda que se movimenta no sentido contrário aos dos ponteiros do relógio.

No centro da roda, se posiciona um solista, um jongueiro, que canta sua canção, o “ponto”. Os demais respondem em coro de algumas vozes, fazendo movimentos laterais e batendo palmas, nos lugares. O solista improvisa passos movimentando todo o seu corpo. De vez em quando os dançantes dão um giro com o corpo e quando se cansam, saem da roda e descansam.

MELODIA

As melodias são construídas com o uso de poucos sons. A dificuldade reside no texto literário dos “pontos”, pois são todos enigmáticos, metafóricos. A inexistência de textos de sentido simbólico, que dá às palavras uma semântica peculiar aos jongueiros, parece ter tido origem durante a escravidão, quando os negros necessitavam transmitir informações indecifráveis pelos senhores.

O ponto pode ser cantado, rezado ou gungurado, isto é, usando a técnica erudita da "boca chiusa" - sussurro, murmúrio.  

O jongo tem início sempre com uma louvação, acompanhada com muito respeito por todos os participantes. Em seguida são cantados os “pontos”, baseados em um verso curto e fácil de ser cantado, que nem sempre são improvisados, pois há aqueles tradicionais que correm o mundo. O ajuste das palavras à música é regulado por compassos fortes.

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