quinta-feira, 16 de setembro de 2010

isadora duncan, o coração da bailarina

 
    Duncan (1996), com sua enorme sensibilidade, percebeu por vários sinais, que a dança, em sua época, estava nos umbrais de um novo despertar e buscou desenvolver esta expressividade ao máximo, levando ao povo sua arte. Ela dizia: “Há no mundo uma verdadeira nostalgia de movimentos rítmicos: na jovem geração, especialmente entre estudantes, há um notável desejo de expressão física através do movimento” (p.33).
    Isadora Duncan ousadamente desafiou tanto o mundo do balé clássico como a sociedade patriarcal. Ela prezava a liberdade e seu corpo-dança era uma maneira não somente de manifestar sua crença mas principalmente de viver este princípio. Com Duncan perpetua-se o discurso de que “dança é vida”, relacionando-a intimamente à natureza. O corpo, assim, como parte da natureza, é também a expressão natural e espontânea do Homem, a manifestação de sua essência.


A bailarina Isadora Duncan (1878-1927) nasceu em San Francisco e teve uma infância atípica para a época. Abandonados pelo pai muito cedo ela, a irmã e os dois irmãos freqüentavam aulas de literatura, poesia, música e artes plásticas. A partir dos 4 anos, freqüentou um curso de ballet clássico e aos 11 dava aulas de sua técnica muito pessoal. Isadora achava que as técnicas clássicas e as sapatilhas de ponta deformavam o corpo feminino.
Seu estilo de dançar era baseado na improvisação de movimentos, na natureza e nas manifestações culturais da Grécia Antiga. Duncan trabalhou em Chicago no final do século 19, contratada por Augustin Daly, o maior empresário teatral da época.
Excursionando com a companhia, chegou a Londres onde dançava em reuniões organizadas por damas da alta sociedade que a levaram para Paris onde, finalmente, encontrou a aceitação que tanto buscava para seu talento. A chegada de Isadora à França foi pontuada por apresentações em locais públicos e em sessões especiais para seus ricos e ilustres admiradores (entre eles o escultor Auguste Rodin).
Seu espírito livre não acreditava em casamentos formais. Mas, ao encontrar o produtor teatral Gordon Graig, viveu durante algum tempo uma relação tumultuada, de onde nasceu a menina Deidre. Com Paris Singer, um dos herdeiros do império das máquinas de costura, teve Patrick.
Em 1913, uma tragédia alterou profundamente sua forma de ver a vida. Deidre e Patrick morreram afogados num acidente automobilístico no Rio Sena, juntamente com a sua babá irlandesa. Um ano depois deu à luz um terceiro bebê do sexo masculino (que ela julgava ser a reencarnação de Patrick) e que morreu horas após o parto. Após perder sucessivamente os 3 filhos, quase oito anos de afastamento completo se passaram. Isadora reapareceu para o público em 1922, casada com o poeta gay russo Serguei Yesenin, 17 anos mais novo. Mudou-se para a Rússia por convite do Comissariado da Educação que lhe destinou uma casa de dois andares, onde cerca de mil crianças estavam matriculadas. Em 1921, fundou a Escola Soviética de Dança, em Moscou. Desde o início da carreira, Isadora sonhava investir seus ganhos na educação de jovens, aperfeiçaoando novos talentos.
A primeira escola, em Grunewald (Alemanha), dirigida por sua irmã Elizabeth, selecionava meninas pobres e cuidava de suas necessidades materiais e físicas, juntamente com ensino acadêmico tradicional.
Estas meninas eram conhecidas como “Les Isadorables” ou “The Isadorables”, um criativo jogo de palavras.
Abalada com a sucessão de perdas afetivas que sempre se seguiam aos ganhos materiais e artísticos, Duncan começou a beber descontroladamente e a ter vida sexual bastante movimentada.
Casos com Mercedes Acosta e Eleonora Duse, entre outras, colaboraram para a reputação de Isadora tornar-se ainda mais extravagante, imprevisível e escandalosa para os parâmetros da época.
Aclamada como o espírito vivo da dança e discriminada pela postura transgressora, feminista, revolucionária, inspiradora de poetas e artistas é até hoje um ícone de sua época.
Os últimos anos de Isadora Duncan foram vividos em Nice, na Riviera Francesa.
Em 27 de maio de 1927, quando atravessava mais uma fase de decadência, morreu da mesma forma espetacular como viveu – estrangulada pelo écharpe que se prendeu às rodas do carro esporte sem capota em que viajava. Desde a morte de Deidre e Patrick se recusava a entrar em carros fechados.

(...)

isadora duncan, a audácia de dançar com os pés nus
Por Raquel Crusoé Loures de Macedo Meira
(Homenagem à nossa querida Isadora que chegou entre nós)

O grande impulso da dança moderna foi dado por três artistas norte-americanas: Loie Fuller, Maud Allane e Isadora Duncan.
Das três, Isadora (1877-1927), foi sem dúvida a mais importante, foi ela quem deu o impulso decisivo à formação da dança moderna.
Em um tempo onde a bailarina com o tutu de gaze e sapatos de ponta cor de rosa era sagrada, sendo a ponta algo intocável, surge então a Isadora Duncan, uma americana revolucionária adoravelmente romântica, com a audácia de dançar com os pés nús e vestida em panos.
Em um palco, vestida de grega, como por encanto, Isadora transportava os expectadores à Grécia, ao dar a impressão de esculturas gregas em movimento. Improvisadamente dançava ao som de músicas clássicas e românticas, em uma sucessão dinâmica de atitudes não construídas segundo nenhum código de dança acadêmica, mas sim, ditadas pela emoção e impressão momentânea da artista.
Qual a mensagem que Isadora Duncan trazia para a dança ? Uma grande mensagem: a dança deve ser livre, o artista deve ser o criador, todos os movimentos devem ser orgânicos, portanto devem partir do plexo solar.
Foi sob a sua influência que se iniciou a grande época dos ballets russos.
                                                    http://raquelcrusoemeira.blogspot.com/


Isadora Duncan, a grande defensora da expressividade na dança, referindo-se ao ensino da dança durante a infância, diz que as palavras, para as crianças, não são coisas vivas, elas aprendem através de movimentos intuitivos (DUNCAN, 1996). E assim deveria ser com todas as pessoas; permitir que a intuição tome parte no momento em que se está dançando. Para Sheets-Johnstone (1979), somente quando nós nos entregamos para o que está sendo apresentado, completamente e inequivocadamente, sem analisar ou julgar, mas intuindo o que está acontecendo, e sem separar o corpo do movimento nem o movimento da dança, é que nós vemos a forma que sustenta a ilusão, isto é, passamos a entender pré-reflexivamente aquela dança.
 
 “nada é mais revelador do que o movimento, o que você é se expressa no que você faz”

fontes: http://raquelcrusoemeira.blogspot.com/
            http://plie.wordpress.com/
            http://www.efdeportes.com/efd119/expressao-e-criatividade-de-movimentos-na-escola.htm

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