o peso e a leveza
ontem na nossa prática de expressão corporal trabalhamos a questão do peso e da leveza em nossa dança. foi um momento bem catártico e todas as pessoas presentes deixaram-se levar pela proposta de uma maneira bem visceral, cada um à sua maneira, claro... o peso era leve, o chão e o céu, a leveza que partia de dentro pra fora, que chegava fora, e se tornava pesado, o pesado que era como uma pluma, de tão leve, o dedo que era mais leve que o ar, o leve que era mais pesado que o corpo......... o um e o outro fundindo-se numa dança que girava, linear, inconstante, constante.... a júlia, que ao final compartilhou com todas algumas de suas sensações, sentiu o peso e a leveza que saiam da natureza.... o chão, o vento, a terra, explosões...
segue então um trecho do livro a insustentável leveza do ser, do milan kundera, que nos brinda com uma das mais poéticas visões sobre o tema e um convite ao dançar com o peso e a leveza, senti-los até nos fios do cabelo....
O mais pesado dos fardos nos esmaga; sob seu peso, afundamos, somos pregados ao chão. E, no entanto, na poesia amorosa de todas as épocas, a mulher anseia por sucumbir ao peso do corpo do homem. O mais pesado dos fardos é, pois, simultaneamente, uma imagem da mais intensa plenitude da vida. Quanto mais pesado o fardo, mais nossas vidas se aproximam da terra, fazendo-se tanto mais reais e verdadeiras.
Inversamente, a ausência absoluta de um fardo faz com que o homem se torne mais leve do que o ar, fá-lo alçar-se às alturas, abandonar a terra e sua existência terrena, tornando-o apenas parcialmente real, seus movimentos tão livres quanto insignificantes.
(mônica elias)
Marcadores: céu, chão, leveza, moinho de dança, peso, pina bausch, visceral
0 Comentários:
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial