terça-feira, 28 de setembro de 2010

Hula, por Antonio Carlos Cardoso





As origens da hula são cercadas de lendas.
Uma delas descreve a aventura de Hi’iaka para acalmar sua feroz irmã, a deusa Pele, o vulcão.  A aventura de Hi’iaka provém a base para muitas danças de hoje.
No período pré-europeu, a hula estava restritamente relacionada a práticas religiosas.  Danças estanques acompanhadas pelo Pahu (Grande tambor coberto por pele de tubarão usado em templos de cerimônias), que é o instrumento mais sagrado dedicado aos deuses.
Como antigamente, no século XX, rituais e preces cercam todos os treinamentos e práticas de hula. Professores e alunos estão dedicados a Laka, a deusa da Hula e oferendas apropriadas são feitas regularmente.
Os missionários protestantes que chegaram no Havaí em 1820 introduziram o cristianismo e prevaleceram os valores ocidentais, com o apoio dos convertidos do alto escalão da realeza eles denunciaram e baniram a hula, alegando que era profana. Um grande número de praticantes de hula não aceitaram e continuaram clandestinamente ensinando e apresentando durante meados do século XIX.
O reinado de David Kalakaua (1874 – 1891) foi uma fase transicional para as artes havaianas.  Sob a objeção dos havaianos cristianizados e dos não-havaianos, conhecidos especialistas ganharam lugar em sua corte e encorajados a prática da tradicional arte.  Nesta época favorável os praticantes de hula migraram para novos elementos de poesia, canto vocaL, movimentos de dança, roupas e criaram uma nova forma de hula, chamada de Hula Ku’i (significa combinar o antigo e o novo).  O Pahu não foi usado na Hula Ku’i, evidentemente por ser sagrado e por respeito dos praticantes. O Ipu (porongo, cabaça) foi o instrumento mais propriamente associado a Ku’i.
 
O termo hula se refere a movimentos e gestos. A hula não pode ser apresentada sem um MELE (poesia), o componente mais importante. MELE são composições de informações culturais que vão do sagrado MELE PULE (preces) ao MELE INOA (nome de cantos, muitos para chefes), aos típicos MELE HO’OIPOIPO (canções de amor) e MELE A’INA (cantos para a terra), o tipo de mele usado é a forma de classificar a dança. A alusão é de grande valor na poesia, os gestos estão em nível secundário de abstração, eles não contam a história completa, mas interpretam os principais aspectos do MELE. O conceito hula envolve o mele e a sua realização é recitada na apresentação, não há conceito para música na cuultura antiga havaiana.
O antigo canto que acompanha as danças podem ser apresentados na posição em pé ou sentada. As danças que são em pé podem ser divididas em ‘OLAPA que executa os movimentos e HO’OPA’A quem canta o texto e executa os instrumentos de percussão que acompanha.
Enquanto as mãos e os braços executam os movimentos do texto, movimentos de pés com nomes próprios são executados continuamente como um movimento sincronizado. Alguns destes movimentos são KAHOLO (deslocamento lateral), UWEHE (passo no lugar alternando os pés) e ‘AMI (movimento circular de quadris). O KAWELU ou KALAKAUA (passo para frente e para trás) foi introduzido com a Hula Ku’i. Existe uma relação muito próxima entre os movimentos de pernas e os instrumentos de percussão IPU e PAHU: mudança em um corresponde a mudança em outro, geralmente no início de uma nova fase, na junção da narrativa ou no intervalo de textos. A organização dos passos ou movimentos de pernas, através de versos ou frases para companhamento de Hula Ku’i é praticamente os mesmos da Hula Kahiko, mas no lugar de Ipu ou Pahu, apresenta-se o violão ou UKELE.
Os dançarinos na Hula Noho (sentados) são ao mesmo tempo dançarinos e cantores. Eles apresentam gestos enquanto cantam e acopanham este canto com instrumentos de percussão. Os instrumentos mais comuns são o uli’uli (um porongo ou cabaça decorado com penas), o pu’ili (um par de pedaços de bambu ou taquara cortado nas pontas para sonorizar), ili’ili (dois pares de pedras lisas moldadas pela água, tocadas de maneira similar às castanholas) e Kala’u (dois pedaços de madeira, um maior e um menor, usa-se o menor para bater no outro).
O seguinte provérbio, usado pelos praticantes de hula traz um sentido cultural aos ensaios e diferenças coreográficas que distinguem a arte da hula:
‘A’OHE I PUA I KA HALAU HO’OKANI
(Todo o conhecimento não está contido em apenas uma escola).

Fonte:http://antoniocmc.wordpress.com/

Marcadores: , , , , ,

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial